The Beatles, a Marca
Já conhece a história do logo “The Beatles”?
Neste video sensacional, o Vinyl Geek apresenta um dos mais icônicos logotipos de banda de todos os tempos – mesmo que nunca tenha aparecido em seus LPs originais!
No video, ele mostra que uma versão anterior foi usada por cerca de 4 meses apenas. Foi desenhada por Terry Tex O’hara, com base num esboço de Paul McCartney e trazia a inicial B com antenas – como um besouro (beetle, em inglês) 😯
Para a nova bateria de Ringo Starr, a loja Drum City, revendedora Ludwig, fez um acordo para manter sua marca no bumbo e desenhar um novo logo para a banda. Foi pedido que se enfatizasse BEAT (batida, em português) no nome The Beatles. E assim foi feito. Por 5 dólares!
Porém, mais do que um logotipo, The Beatles é “provavelmente a marca musical mais forte que já houve, mas a capacidade de renovar seu apelo comercial sempre surpreende”, disse Luiz Garcia, executivo da EMI. Além da indiscutível qualidade musical, o planejamento e os cuidados com a marca são responsáveis por manter sua coerência e vitalidade ao longo de tantas gerações.

Uma das táticas usadas é o tempo reservado entre os lançamentos de produtos da banda. Ao programar esses intervalos, os Beatles conseguem renovar constantemente sua legião de fãs. Por exemplo:
1987 - Digitalização e lançamento dos álbuns em CD
1995 - Anthology, projeto que reuniu Paul McCartney, Ringo Starr e George Harrison para a gravação de três álbuns com músicas inéditas deixadas por John Lennon, morto 15 anos antes. 
2000 - Lançamento do álbum Beatles 1, a primeira coletânea de grandes sucessos do grupo.
2006 - Lançamento do espetáculo Love, do Cirque du Soleil.

“Além de estratégica, a demora para levar novos produtos ao mercado tem uma explicação: a complexa rede de autorizações necessárias para o fechamento de cada contrato. Além dos ex-Beatles e de seus herdeiros, executivos da Sony/ATV (dona do catálogo com as músicas da banda) e da EMI (que detém o direito de distribuição dos álbuns) precisam avaliar cada proposta. Para que as decisões desse grupo sejam respeitadas, foi preciso criar uma rede de proteção com severas restrições ao uso da marca e uma afiada equipe de advogados. Os ex-Beatles vivos, Paul McCartney e Ringo Starr, e as viúvas Olívia Harrison (de George Harrison) e Yoko Ono (de John Lennon) não permitem a inclusão de músicas da banda em coletâneas com outros artistas, e a marca não pode ser vinculada a campanhas comerciais de produtos que não os dos próprios Beatles. Também são vetadas promoções com os discos da banda – até hoje eles são vendidos com preços de álbuns novos.” – Bill Stainton, autor do livro “5 Best Decisions the Beatles Ever Made”.
Os royalties são outra fonte gigantesca de renda para a marca. Entre um Yellow Submarine da Lego, um jogo de saleiro e pimenteiro inspirado por Sgt. Pepper, e um quebra-cabeça de 3 mil peças da Magical Mistery Tour, existe uma infinidade de produtos pagando direitos de uso pela produção intelectual da banda.
Apesar da preferência pelos Beatles não ser uma unanimidade musical, é inegável sua habilidade na gestão da marca durante esses mais de 50 anos. Sem dúvida, The Beatles é um caso de sucesso!

Texto de Claudia El-moor, publicado originalmente no Blog da Adegraf – Coluna Branding, em 18.10.2018

REFERÊNCIAS
https://youtu.be/9oDZ4uYxmFU 
https://www.fastcompany.com/90249407/how-the-beatles-got-their-famous-logo 
https://exame.abril.com.br/marketing/construcao-marca-eterna-538601/
https://www.amazon.com/s/ref=nb_sb_noss_1?url=search-alias%3Daps&field-keywords=beatles+merchandise